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Mostrando postagens de março 28, 2010

Sobre os traficantes da espiritualidade

  Vendem Deus como se vende a uma droga: algo externo que, ao ser engolido, leva ao êxtase e ao fim dos problemas. (Seriam certos membros das instituições religiosas vendedores de "ácido litúrgico"?) Isto é uma péssima leitura da espiritualidade humana, que embasa um tipo de mundo igualmente nefasto. O tipo de droga vendida vai mudando para se adequar ao status quo de cada época. Já que, atualmente, o status quo é o da esperança de salvação imediata no consumo de produtos e ideias e no comportamento-espetáculo, é assim que as igrejas se portam. Mas, em essência, para além da variedade da droga de cada época, o controle é a matéria-prima central desde sua origem: repressão, hierarquias, manutenção de injustiças, naturalização do sofrimento, violências mentais e corporais, guerras… Não há, nelas, apologia real da não-violência. Não há a pretensão de fundar, de fato, concretamente e materialmente, uma sociedade de pessoas boas, amáveis, com justiça e felicidade. Es...