História sem Fim

História sem Fim

O que há com esta gente?
Quinta-Feira. Foi com esta ideia que acordou para mais um renovador dia de trabalho.
O que há com esta gente? O que há com esta gente?
 
Tetrapak. Sucrilhos. Bisnaga. Açúcar. Um cigarro. Larga a adolescência e transforma-se em população economicamente ativa. Pão de forma com margarina. Algo relaxa o senso crítico.
No ônibus relembra: o que há com esta gente?
 
Desde o desjejum meio cansado. Primeiro café. Açúcar. Dois cigarros.
Todos insanos no escritório. O que há com esta gente?
 
Segundo café. Açúcar. Três cigarros. Terceiro café. Açúcar. Quatro cigarros. Quarto café. Açúcar. Cinco cigarros. Efetividade. Produtividade. Seis cigarros. Ansiedade. Açúcar. Depressividade. Açúcar. Maldade. Sete cigarros.
Obesidade.
 
Lanche. Sexta-Feira. Almoço. Cigarros. Café. Açúcar. Rodízio. Janta. Sábado. Pizza. Chope. Cigarros. Prostituição. Chope. Cigarros. Chope.
 
Televisão tem futebol. Futebol tem religião. 
Religião tem televisão. Tem celebridade. Tem atleta. Tem imprensa. Tem messias. Tem Domingo. Os times e seus santos. Os torcedores e seus deuses. Amém. Pipoca. Cerveja. Cala a boca, porra, que estou vendo o jogo.
 
Segunda. Perda da idade. Inatividade. Infelicidade. Inutilidade.
 
Terça. Quarta. Primavera. Verão. Outono.
Torna-se ponto e desfalece.
Aí se acabam os registros.

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