Educador vegano: a contemplação do hedonismo

 


Educador vegano: a contemplação do hedonismo


Desde que me tornei vegano em 2003, passei a expor para as pessoas, de modo racionalmente concatenado, o absurdo que é o tratamento dado aos animais pela humanidade, revelando o que está oculto por trás do bife, do omelete ou do milk shake. Argumento sobre a senciência, o sofrimento e a escravidão. Mostro imagens e vídeos que revelam o grau insano da tortura perpetrada pela humanidade a cerca de um trilhão de animais todos os anos.
O resultado: a quase totalidade das pessoas, após entenderem meus argumentos ou olharem para os rostos de animais agonizantes em fotos e vídeos, em nada mudam seus hábitos. Tais pessoas deixaram de ignorar a crudelíssima realidade dos animais escravizados pela humanidade: agora praticam o mal conscientemente. Sim, eles sabem o que fazem.
Conheci, inclusive, pessoas que foram veganas, e até ativistas, tornarem-se ovolactovegetarianas sabendo perfeitamente todo o sofrimento em jogo no leite e no ovo. Conheci pessoas que voltaram inclusive a comer carne (não que o leite seja responsável por menos sofrimento que a carne. Não representa).
Como alguém vive, sem peso na consciência, patrocinando tamanha barbárie, tamanha quantidade de tortura, tamanho sofrimento?
Aprender na marra que as pessoas aceitam, tranquilamente, ser responsáveis por tanta tortura me modificou profundamente. O mundo, realmente, jaz na maldade.
Podemos ter alcançado algumas mudanças de cunho ético nas últimas décadas, mas, em essência, os indivíduos ainda são os mesmos. Basta a frouxidão ou a ausência de alguma amarra cultural ou legal (como no caso do genocídio dos animais, permitido pelas leis e pela cultura vigente) para que o hedonismo desenfreado suplante qualquer intuição ética.

Dennis Zagha Bluwol, 2018

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